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casepaga

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30.04.14

NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 09 - Fátima, Futebol, Telenovelas, Touradas e Reality Shows ou os jogos de BANCAda com ou sem pancada !


antonio garrochinho

NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 09 - Fátima, Futebol, Telenovelas, Touradas e Reality Shows ou os jogos de BANCAda com ou sem pancada !

escreve victor malheiro dias

1. Hoje em dia, os bancos funcionam de uma forma que não possui nenhuma espécie de justificação moral e que oscila entre o jogo de casino e a actividade predatória contra os trabalhadores, protegidos por políticos sem escrúpulos. Verdadeiros atentados à liberdade que ninguém esperava ter de suportar 40 anos depois do
 25 de Abril.

2. - Ontem, ao ouvir as buzinadelas, pensava em quantos adeptos deste ou de outro clube, loucos de alegria pelo resultado de um jogo que em nada modificaria a sua vida, estariam dispostos a sair à rua para defender o aumento do salário mínimo, o aumento das pensões, o fim das propinas ou o pleno emprego. Quantas dessas pessoas seriam capazes de vir para as ruas exigir o fim da pobreza? Quantas dessas pessoas viriam para a rua indignadas pelos milhares de crianças que passam fome? Quantas dessas pessoas viriam para a rua exigir um combate eficaz à corrupção e uma justiça igual para todos? Quantas viriam defender uma escola pública de qualidade? Quantas destas pessoas virão para a rua no 25 de Abril gritar que não esquecemos a liberdade? Quantas dessas pessoas irão votar nas eleições europeias? Quantas irão votar nas legislativas? E quantas irão votar nos mesmos que hoje os condenam a eles à pobreza e os seus filhos à ignorância? Para que lhes serve este feroz orgulho de grupo e esta embriguez selvagem da vitória se, nos momentos que importam realmente, irão baixar o pescoço onde se irá pousar a canga?

cartoon joão abel manta


O jogo da banca e o jogo da bancada
http://www.publico.pt/portugal/noticia/o-jogo-da-banca-e-o-jogo-da-bancada-1633071
 — com Susana Valente e 48 outras pessoas.
NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 09 - Fátima, Futebol, Telenovelas, Touradas e Reality Shows ou os jogos de BANCAda com ou sem pancada !escreve victor malheiro dias1. Hoje em dia, os bancos funcionam de uma forma que não possui nenhuma espécie de justificação moral e que oscila entre o jogo de casino e a actividade predatória contra os trabalhadores, protegidos por políticos sem escrúpulos. Verdadeiros atentados à liberdade que ninguém esperava ter de suportar 40 anos depois do 25 de Abril.2. - Ontem, ao ouvir as buzinadelas, pensava em quantos adeptos deste ou de outro clube, loucos de alegria pelo resultado de um jogo que em nada modificaria a sua vida, estariam dispostos a sair à rua para defender o aumento do salário mínimo, o aumento das pensões, o fim das propinas ou o pleno emprego. Quantas dessas pessoas seriam capazes de vir para as ruas exigir o fim da pobreza? Quantas dessas pessoas viriam para a rua indignadas pelos milhares de crianças que passam fome? Quantas dessas pessoas viriam para a rua exigir um combate eficaz à corrupção e uma justiça igual para todos? Quantas viriam defender uma escola pública de qualidade? Quantas destas pessoas virão para a rua no 25 de Abril gritar que não esquecemos a liberdade? Quantas dessas pessoas irão votar nas eleições europeias? Quantas irão votar nas legislativas? E quantas irão votar nos mesmos que hoje os condenam a eles à pobreza e os seus filhos à ignorância? Para que lhes serve este feroz orgulho de grupo e esta embriguez selvagem da vitória se, nos momentos que importam realmente, irão baixar o pescoço onde se irá pousar a canga?cartoon joão abel mantaO jogo da banca e o jogo da bancadahttp://www.publico.pt/portugal/noticia/o-jogo-da-banca-e-o-jogo-da-bancada-1633071

VICTOR NOGUEIRA (FACEBOOK)

30.04.14

IVA e descontos dos trabalhadores sobem para tapar buraco nas pensões Taxa máxima do IVA passa para 23,25% e TSU dos trabalhadores aumenta 0,2 pontos percentuais em 2015. Pensões acima de 1000 euros têm corte de 2,5% a 3%.


antonio garrochinho

IVA e descontos dos trabalhadores sobem para tapar buraco nas pensões

Taxa máxima do IVA passa para 23,25% e TSU dos trabalhadores aumenta 0,2 pontos percentuais em 2015. Pensões acima de 1000 euros têm corte de 2,5% a 3%.

A reforma do sistema de pensões passará pela criação de uma contribuição de solidariedade, que corta entre 2% e 3,5% nas pensões acima de 1000 euros, e pelo aumento do IVA e dos descontos para a Segurança Social já a partir de 2015.
De acordo com o Documento de Estratégia Orçamental (DEO), divulgado nesta quarta-feira, a taxa normal do IVA sobe de 23% para 23,25% e os descontos dos trabalhadores para os sistemas de Segurança Social passam de 11% para 11,2%.
A Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) será extinta, mas os cortes nas pensões vão continuar, embora com outro nome e com taxas de redução menores.
A partir do próximo ano, as pensões acima de 1000 euros estarão sujeitas a um corte entre 2% e 3,5%, que terá um carácter de progressividade. Assim, pensões de valor mensal entre 1000 e 2000 terão um corte de 2%. Nas pensões mais altas, o corte é de 2% sobre o valor de 2000 euros e de 5,5% sobre o remanescente até 3500 euros. As pensões de valor superior a 3500 euros terão uma contribuição adicional de 15% para o montante que exceda 4611 euros (11 vezes o Indexante de Apoios Sociais) e de 40% sobre o montante que ultrapasse 7126,74 euros. Estas taxas marginais e os montantes que sobre elas se aplicam são iguais às que estão a ser aplicadas actualmente.
Estas contribuições incidirão “de igual forma sobre as pensões do Regime Geral da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações, tendo natureza contributiva e garantindo solidariedade inter-geracional”, precisa o Governo.
Novo aumento de impostos
De acordo com as contas apresentadas pelo Executivo, esta extinção da CES tem um impacto negativo de 660 milhões de euros, que será quase totalmente compensado pelas alternativas agora propostas.
A contribuição de sustentabilidade permitirá encaixar 372 milhões de euros em 2015, a que se somam os 100 milhões decorrentes do aumento dos descontos para os sistemas de Segurança Social e os 150 milhões decorrentes do aumento do IVA. Ao todo, o Estado consegue uma receita de 622 milhões de euros, um valor abaixo do que arrecadava com a CES.
O Governo avança, assim, com mais um aumento de impostos, ao subir a taxa normal do IVA em 0,25 pontos percentuais, para 23,25%, o valor mais elevado de sempre. A receita que será arrecadada adicionalmente com esta subida, lê-se no documento, “reverterá integralmente para os sistemas de pensões”.
“Este incremento do IVA apenas se verificará na taxa normal, mantendo-se inalteradas a taxa mínima e a taxa intermédia”, refere-se no documento. Em 2008, a taxa normal do IVA chegou a descer de 21% para 20%, para logo voltar a subir. A última alteração desta taxa foi em 2011, quando passou para 23%. No entanto, ainda em 2012 houve uma alteração profunda à lista de bens sujeitos à taxa reduzida e à taxa intermédia, implicando subida em sectores como a restauração. A medida teve um impacto de quase 1% do PIB, perto de 1700 milhões de euros.
No documento, o Governo justifica que “a excepcionalidade da CES implica encontrar medidas que sejam simultaneamente justas, permitam assegurar a equidade intra e inter-geracional, e produzam efeitos imediatos. Mais ainda, deverão permitir evitar o agravamento da situação, bem como promover o início do processo de amortização da dívida implícita do sistema”.
Actualização depende de “factor de equilíbrio”
Tal como já tinha sido avançado pelo PÚBLICO, a actualização anual das pensões em pagamento passará a depender de um factor de equilíbrio, que terá em conta a relação entre as receitas e as despesas do sistema e “reflectirá todas as alterações estruturais registadas nas variáveis demográficas e económicas que o caracterizam”.
No documento explica-se que quando esse factor for negativo, haverá uma cláusula de salvaguarda que assegurará que não haverá redução de pensões. Quando for positivo, “haverá lugar a uma compensação pelo valor negativo acumulado em anos anteriores". Isto significa que o aumento será moderado, porque será descontado o efeito dos anos em que devia ter havido um corte.

30.04.14

Para o que der e vier - Baptista Bastos


antonio garrochinho

BAPTISTA-BASTOS

Para o que der e vier



A memória luminosa desses dias eles não nos conseguem tirá-la. Há qualquer coisa de sagrado nesse regresso: perdida a juventude, perdida a religião, emergia uma espécie de salvação individual em cada um. A liberdade contém algo de poderosamente indefinido, sobretudo para quem, como nós, que dela fôramos brutalmente privados. "Não quero morrer sem conhecer a cor da liberdade", cantou, melhor do que qualquer outro, o poeta Jorge de Sena. Ele conheceu essa cor, e disse-o, numa franja mágica de vida que ocultava o trágico da experiência. Mas os que alguma vez tiveram a felicidade de nela mergulhar percebem que têm de pagar um preço, por vezes triste, mareado de pequenos tormentos. O que aconteceu, a seguir aos dias resplandecentes, foi-nos dito ser a paga da nossa soberba e da nossa louca alegria. Coisa de remorsos mal emendados ou de punição por um júbilo quase perverso que nos envolveu.
Bebemos em excesso, vivemos apressadamente, deixámos a cólera de lado a fim de nos atirarmos para o vórtice dessa blasfémia de ser livres. A bebedeira dos sentimentos nascia da proibição dos sentidos a que tínhamos sido obrigados, e descobrimos, espantadíssimos, que a noite era um outro mundo. A noite, ah!, a noite, um outro mundo repleto de surpresas, couto de todos os sonhos. Pertenço a uma geração que partilhou a preocupação de não suprimir a ética das relações. Pertenço a uma grande geração que provou o tempo, e o bebeu quase até à última gota. Estes que tais não entendem o registo desses sentimentos, nem a grandeza secreta das nossas emoções e a dimensão da nossa história. Fomos educados para o medo e o ódio. E só havia uma resposta para este problema: lutar pela liberdade. Com que armas se o salazarismo tinha suprimido a mais elementar de todas elas: a liberdade de expressão.
Chegámos a este estado mas sabemos que não há verdades definitivas enquanto se esperam soluções provisórias. "Eles não sabem nem sonham / que o sonho comanda a vida" disse António Gedeão. E também não sabem que são aparentes vencedores. Ouvir para lá do que dizem as palavras. Perceber o que se oculta nas conversas, eis.
Aprendemos, com Abril, o que apenas pressentíamos. Nas tertúlias, nos cafés, os encontros constituíam um ponto para tomadas de consciência e de reflexão. A vida do espírito que promovia o espírito da vida através do conhecimento, da paixão da liberdade e da vontade de combater quem e o que se lhe opusesse. Ouço-os e penso: quem acredita nestes insignificantes, quem vai atrás desta gente que possui da verdade um conceito obscuro; quem?
Temos passado por uma violência sem nome, por uma tenaz que nos destrói e aos próprios laços sociais. Porém, como disse, um dia, o Manuel da Fonseca: cá estamos para o que der e vier.

Baptista Bastos

30.04.14

10 invenções surpreendentes dos gregos - Quando falamos das contribuições da Grécia Antiga para o mundo moderno, somos obrigados a citar a democracia, os jogos olímpicos, a mitologia, a filosofia, a arquitetura, o teatro, entre outras tantas. Não


antonio garrochinho

10 invenções surpreendentes dos gregos

Quando falamos das contribuições da Grécia Antiga para o mundo moderno, somos obrigados a citar a democracia, os jogos olímpicos, a mitologia, a filosofia, a arquitetura, o teatro, entre outras tantas. Não é nenhum segredo que a Grécia, apesar de ser um pequeno ponto no mapa,  é amplamente considerada como a mãe da civilização ocidental. Quase tudo relacionado à cultura do Ocidente nasceu lá, contudo, há muito mais invenções associadas aos gregos do que a maioria das pessoas imagina. Com esta lista, queremos não só esclarecer, mas de certa maneira surpreender, mostrando como algumas invenções consideradas modernas, tem suas origens  na Grécia Antiga.


10 – Faróis
Farol de Alexandria
Durante o século 3 a.C, os gregos construíram em Alexandria, um farol para guiar com segurança os navios ao porto da cidade. Alexandria, localizada no Egito, estava sob o controle da Grécia naquela época, seu nome é uma homenagem a Alexandre, o Grande. À noite, era aceso um fogo enorme dentro da torre do farol; os capitães de navio podia vê-lo de longas distâncias no mar, dando-lhes uma ideia clara de para onde estavam indo. Durante o dia, uma grande nuvem de fumaça do fogo extinto, fornecia a mesma orientação. Esse farol foi projetado pelo arquiteto e engenheiro grego Sóstrato de Cnido. O farol de Alexandria é considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, ele foi o primeiro farol conhecido no mundo e permaneceu em operação  por mais de 1.500 anos.


9 – Portas automáticas
Porta automática
As portas automáticas foram inventadas na Grécia antiga para ajudar a sociedade politeísta. Como havia muitos deuses na Grécia, os sacerdotes e outras figuras religiosas de cada divindade tinham que manter o interesse das massas, garantindo assim, o fluxo de ofertas ao deus que serviam ( ou seria o deus que lhes servia? ). Para isso, eles criaram portas automáticas que eram colocadas dentro do altar, no lugar de adoração. Quando uma pessoa fazia uma oferta a um dos deuses, as portas do altar se abriam, graças a uma espécie de caldeira dentro dele. Esse mesmo recurso era usado para mover as estátuas do templo.
Acredita-se que Heron de Alexandria tenha projetado as primeiras portas automáticas, que funcionavam através de ar comprimido ou da pressão da água. Também existem evidências de que, quando alguém acendesse o fogo dentro do altar, uma chuva fina de água adocicada e aromatizada caía sobre os participantes do evento religioso no templo, enquanto que vários pássaros de metal  cantavam e assobiavam e estátuas se moviam ou voavam. Outras pesquisas tem fornecido evidências de que os sacerdotes podiam controlar a iluminação dentro e fora do templo, bem como produzir um nevoeiro artificial para dar a cerimônia um ar mais misterioso.


8 – Canhão


Você já se perguntou por que os antigos gregos permaneceram invencíveis por centenas de anos? Há  provas concretas de que na Grécia Antiga tenha surgido o primeiro canhão. Nos referimos a um canhão de vapor, projetado e fabricado por Arquimedes durante o cerco de Siracusa. Esta arma  era muito avançada para sua época e disparava balas que pesavam cerca de 26 kg, elas podiam cobrir uma distância de cerca de 1.100 metros. O canhão de Arquimedes é considerado pela maioria dos historiadores como sendo a primeira arma do mundo operada com vapor.


7 – Robôs e máquinas voadoras
Robô Grego
Embora possa parecer loucura, a verdade é que o primeiro robô foi projetado e criado por um matemático grego, também cientista e  general, chamado Arquitas em torno de 400 - 350 a.C.
Arquitas, conhecido como "o pai da engenharia mecânica" foi quem projetou e criou um pombo altamente avançado, feito de madeira, o engenho usava vapor comprimido para fazê-lo funcionar e voar. Em sua busca para aprender como os pássaros voavam, Arquitas decidiu criar o seu próprio pássaro para ajudá-lo a entender melhor as aves que estudava. Seu pássaro era capaz de voar entre 200 ou 300 metros antes de esgotar-se o vapor, um feito único, quando se leva em conta a época em que foi realizado. Apesar do fato de  Arquitas ter criado o pássaro mecânico para uma finalidade específica, ele "acidentalmente" deu ao mundo o primeiro robô e a primeira máquina voadora.


6 – Heliocentrismo


Antes de Copérnico publicar sua descoberta, os astrônomos gregos já haviam percebido que a Terra e o resto dos planetas giravam em torno de um Sol relativamente estacionário no centro do sistema solar. Muitos grandes pensadores e cientistas da Grécia Antiga, como FilolauHeráclides do PontoSeleuco de SelêuciaAristarco de Samos e Hipátia (que, de acordo com uma versão da história, foi assassinada por suas crenças e estudos científicos),  propuseram uma sistema heliocêntrico quase dois mil anos antes de Copérnico. Muitos historiadores e astrônomos acreditam que Aristarco de Samos pode ter sido o primeiro a construir um sistema heliocêntrico científico completo. Infelizmente, o seu trabalho foi perdido no caminhar dos tempos. Baseado em um dos seu ensaios que chegou aos nossos dias, os estudiosos também especulam que Aristarco  provavelmente tenha sido o primeiro cientista a calcular quase precisamente o tamanho da Terra e a mediu o tamanho e distância da Lua e do sol.



5 – Moinho de água

Existem evidências de que os seres humanos tem utilizado os moinhos desde Período Neolítico; mós e pilões feitos de rochas, usados para moer trigo, foram datados como sendo daquela época. No século 16 a.C, a primeira forma de um moinho, conhecido comoquern, foi encontrada onde é hoje a moderna Chipre. Os primeiros indícios de um moinho de água foram achados na roda da Perachora, que se estima ter sido criada durante o terceiro século a.C, na Grécia. Ruínas de moinhos semelhantes aos que usamos hoje, podem ser vistos na Ágora de Atenas, o que faz muitos historiadores cogitar que o uso de moinhos  já estava bem adiantado na Grécia, antes do domínio romano. No entanto, a primeira prova concreta para a existência de um moinho de água vem dos escritos do engenheiro grego Filão de Bizâncio, que menciona em uma de suas obras, as rodas de água usadas em Alexandria, durante o período helenístico. Assim, este invento pode ter sido criado na Grécia entre 250 e 240 a.C.


4 – Torre de relógio e estação meteorológica
Torre dos Ventos
A Torre dos Ventos
Quando as pessoas pensam em torres de relógio, geralmente lhes vem à mente o famoso Big Ben. Quando se trata de estações meteorológicas, a primeira imagem evocada seja normalmente a de um monte de neve, Antártica ou algum solitário dentro de um abrigo repleto de tecnologia incrível e máquinas complicadas  capazes de salvar o mundo de tsunamis gigantes. No entanto, a primeira torre de relógio e a primeira estação meteorológica vieram da ensolarada Atenas. A Torre dos Ventos em Atenas, bem abaixo da Acrópole, foi a primeira torre de relógio e estação meteorológica que se tem notícia. Ela ajudava os comerciantes locais a estimar o tempo de entrega de seus produtos e, ao mesmo tempo, ajudava a proteger a sua carga de condições climáticas extremas. Acredita-se que esta torre tenha sido construída em 47 a.C. Hoje, ela ainda pode ser admirada pelos milhões de turistas que visitam Atenas todos os anos, uma vez que ainda está na antiga Ágora, localizada em um dos mais belos e visitados bairros do mundo: Plaka.


3 – Relógio despertador VEJA VÍDEO NO FIM DA PÁGINA
O relógio de Platão
O primeiro dispositivo despertador da história também foi uma criação grega. Para ser mais específico, ele veio do grande filósofo Platão, é por isso que é conhecido como "O despertador de Platão”.
Platão inventou um relógio despertador e deu-lhe a forma de uma ampulheta. O recipiente superior, feito de cerâmica, recebia uma quantidade calculada de água, que descia para o próximo vaso através de um funil. Quando o segundo recipiente ficava cheio, no momento programado (por exemplo, depois de 7 horas), através da pipeta axial localizada dentro dele, a água evacuava rapidamente para  próximo recipiente fechado, forçando o ar contido a sair assobiando através de um tubo em sua parte superior. Um ruído irritante o suficiente para acordar uma pessoa. Após isso, o terceiro recipiente se esvaziava lentamente (por meio de um pequeno furo situado na sua parte inferior) em direção ao recipiente de armazenagem inferior, a fim de  que á água fosse  reutilizada.


2 – Aquecimento central
Aquecimento central dos gregos
Mesmo que os romanos levem o crédito pela invenção do aquecimento central, na verdade, também foram os gregos quem inventaram isso. Antes dos romanos criarem osistema hipocausto, os minóicos já colocavam canos sob o chão de suas casas, por onde passava água morna que mantinha as salas e pisos quentes no inverno. Os cidadãos mais ricos, que podiam pagar pela melhor tecnologia, construíam suas casas de modo que o piso de cerâmica fosse apoiado por pilares cilíndricos, criando um espaço sob o piso onde os vapores quentes de um fogo central podiam circular e se espalhar através de condutos nas paredes. Estas invenções foram discutidas em 1900, quando o arqueólogo britânico Arthur Evans desenterrou o Palácio de Knossos, na ilha grega de Creta, e apresentou ao mundo moderno uma das civilizações mais avançadas e completas da história - acivilização minoica.


1 – Chuveiro
Chuveiro grego
Da próxima vez que você tomar um banho quente, agradeça aos gregos antigos. Os romanos podem ser famosos pelos banhos públicos, mas foram os gregos que inventaram os modernos chuveiros. As primeiras casas de banho com chuveiros semelhantes aos que temos hoje, com água que vem através do tubo de uma bomba, foram inventados e amplamente utilizados por atletas da Grécia Antiga. Após o treinamento, geralmente em um Gymnasion  ou em uma Palaestra, os atletas tomavam uma ducha fria nos vestiários, já que a higiene pessoal era muito importante na Grécia Antiga.

E ainda existe pessoas acreditando que as pirâmides foram construídas por alienígenas!








kid-bentinho.blogspot.pt

30.04.14

As coisas mais caras do mundo


antonio garrochinho



O ator mais caro do mundo
Segundo a Forbes, entre junho de 2004 a junho de 2005, Mel Gibson embolsou mais de 185 milhões de dólares, cifra que o converteu no ator com maiores rendimentos durante um ano.
Já o ator mais bem pago num único filme é difícil de precisar, pois além do salário, alguns atores recebem uma parte proporcional dos rendimentos do filme. Neste sentido, possivelmente seja Tom Cruise o ator mais caro. Ainda que não tenha recebido nem um só dólar como salário, tinha direito a 20% dos rendimentos do filme A Guerra dos Mundos (que já deve ter arrecadado uns 600 milhões de dólares em todo o mundo).

A atriz mais cara do mundo
Surpresa! Não é Julia Roberts, que está em segundo lugar pelos 24 milhões de dólares que embolsou pelo Sorriso de MonaLisa. Na atualidade a atriz mais bem paga do mundo é Reese Witherspoon, que cobrou 29 milhões de dólares por Our Family Trouble, um filme de terror atualmente em desenvolvimento.
Ainda que algumas atrizes também recebam em função dos rendimentos obtidos pelo filme, nenhuma superou estes valores.

O filme mais caro da História:
O dinheiro não traz a felicidade e também não garante um sucesso. Isso pode ser certamente afirmado ao ver a lista dos filmes com maiores custos de produção da história (gastos que não incluem publicidade, anúncios, posters, etc). Muitas dessas fitas tornaram-se depois estrondosos fracassos. Há 2 rankings diferentes, em função da existência ou não de inflação no período. Os 5 filmes mais caros tendo em conta a inflação:

* Guerra e Paz (1968): 560 milhões de dólares;
* Cleopatra (1963): 286 milhões de dólares;
* Titanic (1997): 247 milhões de dólares;
* Waterworld (1995): 229 milhões de dólares;
* Terminator 3 (2003): 216 milhões.

Os 5 filmes mais caros sem contar a inflação:

* King Kong (2005): 207 milhões de dólares;
* Superman Returns (2006): 204 milhões de dólares;
* Titanic (1997): 200 milhões de dólares;
* Spider-Man 2 (2004): 200 milhões de dólares;
* As Crônicas de Narnia (2005): 180 milhões de dólares;

O maior roubo a banco
Só umas poucas horas antes de que as bombas caíssem sobre o Iraque, Saddam Hussein ordenou a seu filho sacar 1 bilhão de dólares do Banco Central Iraquiano. Este é, de longe, o maior roubo a um banco jamais registado. 650 destes milhões apareceram mais tarde ocultos nas paredes do Palácio Imperial. Mas se nos restringirmos a um assalto "tradicional" de banco, o recorde é de um bando de 10 a 20 ladrões, que em Agosto de 2005, e depois de 3 longos meses preparando um túnel subterrâneo, conseguiram levar quase 165 milhões de reais do Banco Central de Fortaleza sem dar um tiro.

A Barbie mais cara do mundo
Trata-se da Barbie Diamante, co-desenhada pela Mattel e a O carro mais caro do mundo. Mas alguns colecionadores já nem consideram o primeiro por ser hoje de propriedade da própria fábrica e consideram com sendo o mais caro o Bugatti Type 41 Royale. Também o mais exclusivo, já que foram produzidos somente 6 unidades (entre 1927 e 1933). Em 1990 um destes Bugattis foi vendido por 15 milhões de dólares no Japão.
Por sua vez o Bugatti Veyron 16.4 é atualmente o mais poderoso (1.001 cavalos de potência), caro (1,5 milhões de dólares), e veloz (até 407 km/h) carro do mundo em produção (dos que podem circular legalmente por estradas). O carro é construído pela Volkswagen AG, proprietária da Bugatti Automobiles SAS, que planeja fabricar somente 300 unidades.
Tom Cruise (que todo poderoso chegou num à estréia de Missão Impossível 3) e Ralph Lauren são alguns de seus poucos afortunados proprietários.

O celular mais caro do mundo
A companhia suiça fabricante de telefones celulares de luxo Goldvish apresentou em março um novo modelo de edição limitada, pertencente à linha Illusion, que teria em sua carcaça incrustações de ouro e platina e 120 quilates de diamantes. O preço final é de 1 milhão de dólares. O celular tem rádio Bluetooth, reprodutor de MP3, um cartão de memória de 2 GB, conexão Edge e uma câmara fotográfica de 8 megapíxels.
Em Maio de 2006, em um leilão beneficiente no Qatar, vendeu-se um aparelho com o número 666-6666, por um total de 2,8 milhões de dólares.

O video jogo mais caro do mundo
7 anos de desenvolvimento, e quase 20 milhões de dólares investidos, converteram o Shenmue, um título para a Dreamcast de Sega, no mais caro da história dos jogos. Apesar de seu altíssimo custo o jogo não impressionou muito e teve vendas medíocres. Na atualidade lançar um jogo de primeiro nível implica o trabalho de centenas de pessoas, uns 5 anos de esforço e 10 milhões de dólares. Em 1993 o aclamado Doom foi criado por 11 pessoas e um orçamento de 200.000 dólares.

O divórcio mais caro do mundo
Rupert Murdoch, dono do grupo de comunicação News Corporation (20th Century Fox, Sky, New York Post, MySpace.com, etc?) protagonizou o divórcio mais caro da história ao separar-se de Anna Murdoch. Estiveram casados durante 32 anos, e tiveram 3 filhos. Em 1998 ela pediu a separação e Rupert aceitou pagar a sua até então esposa 1,7 bilhões de dólares. 17 dias depois (já com 70 anos) se casava com uma de suas empregadas, a chinesa Wendi Deng (de 30 anos). Alguns nunca aprendem.
Recentemente há rumores que o bilionário presidente do Chelsea, o magnata russo do petróleo Roman Abramovich, enfrenta o pedido de divórcio mais custoso da história. Sua esposa, Irina (39 anos e 5 filhos), teria pedido 1,8 bilhões de dólares ao tornar-se público o romance deste com uma modelo de 23 anos.

O domínio da Internet mais caro:
Em 18 de Janeiro de 2006 a Escom LLC bateu o recorde, ao comprar de Gary Kremen, o por muitos desejado "sex.com"; o domínio da internet mais valioso: pagou-se a bagatela de 14 milhões de dólares. O segundo posto foi atingido também em 2006 pelo domínio "diamond.com", vendido por 7,5 milhões de dólares. Os demais da lista são:

* business.com (7,5 milhões de dólares);
* AsSeenOnTv.com (5,1 milhões);
* Altavista.com (3,3 milhões);
* Wine.com (2,9 milhões);
* Autos.com (2,2 milhões)

O hotel mais caro do mundo
O aposento de hotel mais caro do mundo é a Bridge Suite, do Hotel Atlantis, nas Bahamas. Esta original suite encontra-se situada na ponte que une as duas torres do centro, pelo que conta com uma vista inigualável. É decorada de vermelho, negro e ouro (muito ouro) e entre os convidados mais conhecidos que costumam frequentá-la está Michael Jackson. Uma estadia de um dia custa 25.000 dólares, isto é, mais de 1.000 dólares à hora.
Já o hotel mais caro construído é o Emirates Palace, em Abu Dhabi (Emiratos Árabes Unidos). Custou 3 bilhões de dólares. O aposento mais barata sai por 773 dólares e o mais caro por 11.200 dólares.

O clip mais caro do mundo.
Com 7 milhões de dólares, Scream do Michael Jackson, é, de longe, o vídeo clip mais custoso jamais produzido. Levou 11 dias para ser rodado, e só a maquilagem de Michael custou 3.000 dólares.
Na lista seguem-lhe Victory de Puff Daddy (2,7 milhões) e Heartbreaker da inefável Mariah Carey (2,5 milhões).

O quadro mais caro do mundo
A maioria dos quadros mais famosos do mundo pertencem a museus, que raramente os vendem. É por isso que este preço é simbólico e representa o último valor pelo que foi adquirido. Se um quadro, como por exemplo a Mona Lisa, estivesse disponível, seria vendido sem sombra de dúvidas por qualquer cifra maior que as indicadas nesta lista. No Livro Guinness de Recordes aparece que a Mona Lisa tem o seguro com maior valor de toda a história da pintura. Foi taxado em mais de 100 milhões de dólares em 14 de dezembro de 1962, antes que o quadro percorresse os Estados Unidos durante alguns meses. Tendo em conta a inflação, o valor aproximado do quadro seria em 2007 de aproximadamente 670 milhões de dólares.
A lista dos maiores preços pagos em leilão (tendo em conta a inflação desde a compra):

* Retrato de Adele Bloch-Bauer (Gustav Klimt), vendido por 135 milhões de dólares em 2006.
* Retrato do Dr. Gachet (Vincent van Gogh), vendido por 82,5 milhões de dólares em 15 de maio de 1990 na Christie's (valor atual: 117 milhões de dólares).
* Bal au moulin da Galette, Montmartre (Pierre-Auguste Renoir), por 78 milhões em 1990 (valor atual: 110 milhões de dólares).
* Garçon à la pipe (Pablo Picasso), por 104,1 milhões de dólares em 2004 (valor atual: 107 milhões de dólares).

O objeto mais caro do mundo
O objeto mais caro não está na Terra, senão orbitando a 360 quilômetros acima desta. É a Estação Espacial Internacional. O custo estimado da ISS é de 100 bilhões de dólares, ainda que previsível que essa cifra seja maior. Sua construção estará completa em 2010, quando então será visível da Terra.

www.pointnoticiass.blogspot.com.br

30.04.14

Autarca apalpa o rabo da rainha Máxima da Holanda - (vídeo)


antonio garrochinho



Autarca apalpa o rabo da rainha Máxima da Holanda


Um vídeo que dá a ideia de um autarca holandês aproveitar uma cerimónia para apalpar o traseiro da rainha Máxima da Holanda está a gerar furor naquele país. O responsável local justificou-se dizendo não se lembrar de o ter feito, pelo menos de uma forma consciente. Veja o vídeo em baixo.

No passado sábado, a Holanda comemorou o Dia do Rei, ocasião em que o país celebrou o 47.º aniversário do rei Guilherme Alexandre.

Os meios de comunicação social holandeses "online" divulgaram um vídeo em que se vê o autarca da cidade de Amstelveen, Fred Graaf, aparentemente a acariciar as nádegas da monarca Holandesa, de 42 anos, na presença do próprio rei. Inclusivamente, no vídeo ouve-se a voz de um homem a gritar: "Ele está a tocar-lhe no traseiro!".

Confrontado com as imagens, o autarca recusou as acusações. "Não me recordo, mas de nenhum modo tê-lo-ia feito de uma forma consciente. Sei muito bem que aquilo não ficou nada bem", disse Fred Graaf à televisão holandesa.

O presidente da Câmara de Amstelveen fez notar que as imagens não permitem ver se estava realmente a tocar na rainha. "Podia ter havido uma distância de um centímetro entre nós", referiu.

O vídeo foi realizado por um jornalista norte-americano, que o colocou na rede social Youtube e depressa correu através de outras redes sociais.




30.04.14

OLHÃO: O CAGÃO EDUARDO CRUZ Decorre, neste momento, a sessão da Câmara Municipal de Olhão, com o vereador Eduardo Cruz, um fascista travestido de democrata, a zurzir no Olhão Livre e nos seus autores.


antonio garrochinho


OLHÃO: O CAGÃO EDUARDO CRUZ

Decorre, neste momento, a sessão da Câmara Municipal de Olhão, com o vereador Eduardo Cruz, um fascista travestido de democrata, a zurzir no Olhão Livre e nos seus autores.
Eduardo Cruz traiu o eleitorado que nele votou ao "vender-se" à pandilha socialista que gere os destinos da autarquia, e se sente revoltado, é porque o Povo não lhe perdoa a traição e muito menos o que lhe reserva.
Eduardo Cruz tem todo o direito às suas opções às sua opções politicas tal como nós. Se ele defende o sector dos serviços financeiros e económicos ou a politica de favores ou fretes ( ver caso Ambiolhão), nós entendemos que o capital mais precioso são as pessoas.
Eduardo Cruz não passa de um palhaço politico!
O vereador pirolito, num mandato para o qual fora eleito, concedeu a aprovação de projectos envolvidos em ilegalidades como o da Quina João de Ourem ou a casa de Mendes Segundo na Fuzeta. Durante esse mandato e durante o tempo que lá esteve foram construídos alguns dos blocos de apartamentos na Rua de Nª Sª do Carmo na Fuzeta, mas o vereador pirolito de nada sabia dessas matérias, mas sabe as formas de condenar o seu Povo à fome e miséria.
No actual mandato, Eduardo Cruz, cometeu já uma serie de asneiras politicas e não só. Começou cheio de energia, pensando levar a reboque o resto da oposição até que esta percebeu que apenas servia de muleta às suas estratégias. Deixou cair a à mascara de independente e assumiu-se claramente como o elemento mais à direita da autarquia. Prometeu a extinção das empresas municipais, mas não as extingue, pelo contrario, pretende juntar a Mercados de Olhão com a Fesnima com o objectivo de "ganhar escala" ou melhor dizendo, concentrar a "riqueza" de duas empresas falidas, restando-lhe apenas e só a preocupação com a manutenção dos dois funcionários políticos que gerem as ditas empresas. Ele e o partido que representa recusaram integrar os corpos sociais das empresas municipais mas depois aceita integrar o júri que daria ao cunhado do Pina o lugar de Director Financeiro da Ambiolhão.
Eduardo Cruz prometeu uma auditoria mas a auditoria dele não contempla casos concretos como está previsto na Lei da Tutela Admistrativa das Autarquias Locais. O que pretende Eduardo Cruz? Que a Inspecção Geral de Finanças não faça a auditoria?
Quanto à Verdades Escondidas, Eduardo Cruz não vê qualquer ilegalidade ou irregularidade, como nunca vê nada de errado na Câmara que encobre. Em primeiro lugar, apesar de a Verdades Escondidas, se ter "candidatado ao PROMAR, conforme documento que já publicitámos, a verdade é que nessa altura nada tinha sido, nem podia sê-lo, aprovado como se pode ver na respectiva listagem. Mas se a Verdades Escondidas obteve algum financiamento de programas nacionais ou comunitários, estava obrigada a afixar no local da obra, um cartaz com a indicação da origem do financiamento e a comparticipação da associação, o que não acontece. Mais, o projecto de arquitectura foi assinado pela arquitecta Inês Mercês que integra os quadros da Câmara Municipal e não podia de forma alguma assinar o documento, situação passível de procedimento criminal. E mais, e mais havia para dizer em relação a esta matéria, mas o vereador pirolito nada viu ou vê. Não há pior cego que aquele que não quer ver!
Bem pode, o Eduardo Cruz, zurzir à vontade contra o Olhão Livre que não será por isso que nos calaremos, e se tiver algumas duvidas recorra às instituições como nós o fazemos. 
Venha sempre, ó vereador meia leca!

olhaolivre.blogspot.pt

30.04.14

O POVO, OS TRABALHADORES NEM SEMPRE ACEITARAM AS INJUSTIÇAS COMO SE PRETENDE HOJE FAZER CRER - Revolta da Marinha Grande - 18 Janeiro de 1934 - Uma Jornada Heróica


antonio garrochinho

REVOLTA DA MARINHA GRANDE - 18 JANEIRO DE 1934 - UMA JORNADA HERÓICA
Revolta da Marinha Grande - 18 Janeiro de 1934 - Uma Jornada Heróica
Marinha Grande 1934 - Uma Jornada HeróicaDossier com conteúdos da exposição patente no Centro de Trabalho do PCP na Marinha Grande sobre a Revolta da Marinha Grande de 1934, uma jornada heróica.
Intervenção de Dias Coelho, da Comissão Política do PCP, na inauguração desta exposição.
Marinha Grande - 18 de Janeiro de 1934 - Uma Jornada Heróica
 
Passados 73 anos, a jornada heróica do proletariado vidreiro da Marinha Grande em 18 de Janeiro de 1934 permanece como um marco importante na abnegada e combativa luta dos trabalhadores portugueses pela liberdade, contra a exploração, por uma vida mais digna e uma sociedade mais justa.

O 18 de Janeiro jornada de luta contra a fascização dos sindicatos e pela defesa da livre organização dos trabalhadores; contra a ofensiva patronal e do Estado salazarista contra os salários, o horário de trabalho de 8 horas; contra a repressão e em defesa das liberdades cívicas e políticas tinha a determiná-lo a compreensão do que o fascismo representava para os trabalhadores: privação de todas as liberdades, perseguições, prisões, torturas, assassinatos, intensificação da exploração, desemprego e miséria.
Imagem de Salazar e do Marchal Carmona
O 18 de Janeiro foi, por tudo isso, uma jornada virada ao futuro.
Uma jornada animada pela compreensão da importância da organização da classe operária para a luta contra a exploração e pela esperança de que, derrotado o fascismo, os trabalhadores pudessem abrir caminho à construção de uma sociedade de progresso e justiça social.

As deficiências, erros e ilusões verificadas na preparação e organização da jornada de 18 de Janeiro não põem em causa o que ela representa como heróico feito da classe operária portuguesa.

Coube à classe operária da Marinha Grande, e em particular ao proletariado vidreiro, desempenhar o papel determinante dessa grande jornada contra o fascismo, ocupando a vila, instituindo o seu soviete, ainda que só por algumas horas.

A existência de uma importante concentração industrial, com uma classe operária temperada por importantes lutas e dispondo de uma combativa organização de classe, o sindicato dos trabalhadores vidreiros; o carácter unitário da luta e a existência de uma organização local do PCP e de um comité do Partido coeso, que assumiu, desde o início, a direcção da luta, foram as causas determinantes para que o povo da Marinha Grande desempenhasse um papel de vanguarda na luta antifascista, papel que, pelas mesmas causas, se manteve até ao derrube da ditadura em 25 de Abril de 1974.

Os revolucionários do 18 de Janeiro foram derrotados num combate em que a heroicidade não bastava para vencer a enorme desigualdade de forças, mas, como muitas vezes aconteceu na história, foi do amargo da derrota que o movimento operário revolucionário extraiu as lições para melhorar a sua organização e elevar a sua capacidade de luta.
 Largo 18 de Janeiro
Largo 18 Janeiro
Largo 18 de Janeiro, em Casal Galego, vendo-se as ruínas da casa que serviu de sede ao movimento e onde ocorreu a reunião preparatória na madrugada de 18 de Janeiro
 
Casa do Sindicato Vidreiro
 Casa do Sindicato Vidreiro da Marinha Grande em 1934
 
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O fascismo enganou-se redondamente ao pensar que tinha esmagado aquilo a que chamava a «hidra subversiva comunista».
Apesar das pesadas baixas, o PCP soube extrair os devidos ensinamentos para o reforço da sua organização, para o desenvolvimento da luta de massas e para o alargamento da sua influência.
Aperfeiçoando a sua organização clandestina, centrando o seu trabalho nas empresas, criando um aparelho de imprensa clandestina, elevando o seu trabalho político-ideológico, o PCP deu importantes passos para se tornar na força dirigente da classe operária portuguesa e da sua luta contra a exploração, pela liberdade, a democracia e o socialismo.
Assinalar o 18 de Janeiro é também prestar a devida homenagem aos revolucionários dessa gloriosa jornada, aos abnegados militantes comunistas que o proletariado da Marinha Grande deu ao PCP e à causa da liberdade e do socialismo e cujos nomes permanecerão na memória do povo marinhense.

É preciso não esquecer!
A reacção do governo salazarista à greve de 18 de Janeiro, e em particular na Marinha Grande, foi de grande violência e arbitrariedade: elevado número de prisões, despedimentos, julgamentos praticamente sumários, condenações a pesadas penas de prisão, deportações, assalto ao que restava das organizações operárias livres.
 Imagem da repressão
A pretexto da «segurança», da «ordem pública» e da «defesa da pátria», o poder intensificou as medidas para o reforço do seu aparelho repressivo, como parte integrante do regime fascista.
O sobressalto do 18 de Janeiro e outras jornadas de luta,mostraram quanto era ilusória e falsa a propaganda fascista acerca do Portugal pacificado e aderente ao novo regime.

Posto da GNR
Posto da GNR. Armas apreendidas aos revoltosos.
 Estação dos CTT sob ocupação militar
Estação dos C.T.T. sob ocupação militar

A resposta de Salazar foi a decisão de criar o Campo de Concentração do Tarrafal com o objectivo de aterrorizar o povo português e poder assassinar, longe do país e das famílias, os presos considerados mais perigosos.
Imagem de documento 
O Campo de Concentração do Tarrafal, instalado numa das piores zonas climáticas de Cabo Verde chuvas, fortes ventos, calor, água inquinada com um regime prisional inspirado no modelo nazi, assente na arbitrariedade, na violência organizada, nos trabalhos forçados, tornou-se num verdadeiro inferno para os presos antifascistas que para lá foram enviados, muitos deles participantes na greve de 18 de Janeiro.
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Dos 152 presos que a 29 de Outubro foram inaugurar o sinistro Campo da Morte Lenta, como ficou conhecido o Campo do Tarrafal, 57 deles tinham participado na jornada do 18 de Janeiro e de entre os 32 antifascistas assassinados no Campo do Tarrafal, estão os comunistas marinhenses, Augusto Costa, assassinado em Setembro de 1937, e António Guerra, assassinado em Dezembro de 1948, já depois da derrotade Hitler e Mussolini, ao desaparecimento dos quais Salazar conseguiu sobreviver graças ao apoio dado ao regime fascista pelas chamadas democracias ocidentais.
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A estas mortes dos filhos da Marinha Grande e revolucionários do 18 de Janeiro há que acrescentar as dos camaradas Francisco da Cruz e Manuel Carvalho, a primeira ocorrida na prisão de Angra do Heroísmo e a segunda no Hospital de Leiria, na sequência dos maus-tratos infligidos na altura da prisão.
 
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António Guerra.
Dirigiu a brigada de assalto ao Posto dos C.T.T. na Marinha Grande. Foi condenado a 20 anos de desterro. Esteve preso em Angra do Heroísmo e no Forte de Peniche. Morreu no Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em 28 de Dezembro1948.
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António Costa.
Morreu no Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em 22 de Setembro de 1937.
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Embarque de Presos Políticos do Movimento de 18 de Janeiro para Angra do Heroísmo

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Presos políticos do 18 de Janeiro,
a bordo do navio Carvalho Araújo, a caminho da prisão em Angra do Heroísmo.

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A prisão de Angra do Heroísmo, conhecida por «Cemitério Fascista do Oceano» (Vista  Parcial)
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 Prisão da Trafaria. José Soares, Fernando Soares e António Estrela

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Presos do 18 de Janeiro no Forte de Peniche em 1935
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 Familiares de operários presos pedem a sua libertação no Governo Civil de Leiria. 1935

Numa altura em que se verifica toda uma política de branqueamento do fascismo e mesmo de absolvição dos seus crimes; numa altura em que se reabilitam os principais responsáveis pelo regime fascista e se fala em criação de museus que perpetuem a sua obra; numa altura em que se ressuscitam práticas e manifestações fascistas e fascizantes, e a incriminação dos lutadores contra a ditadura terrorista dos monopólios, é preciso lembrar que o fascismo existiu com todo o seu cortejo de crimes.
É preciso lembrá-lo por respeito pela memória de todos aqueles que, com coragem e elevado espírito de sacrifício, deram o melhor das suas vidas e alguns deles a própria vida para que Portugal pudesse ser livre, para que uma sociedade mais justa fosse possível.  Para que se possa continuar a dizer: «Fascismo Nunca Mais», é preciso não esquecer que o fascismo existiu e o que significou.
É preciso defender o regime democrático consignado na Constituição de Portugal e lutar contra a sua perversão antidemocrática.
  
A classe operária e o povo da Marinha Grande na resistência e na luta pela liberdade
A coragem, a determinação, a generosidade dos combatentes de 18 de Janeiro, permanecem desde então na memória colectiva dos trabalhadores e do povo da Marinha Grande.

A feroz repressão que se abateu sobre os revolucionários do 18 de janeiro, o movimento sindical e o Partido Comunista Português, tornaram mais difícil o prosseguimento da luta, mas o fascismo jamais conseguiu eliminar a aspiração dos marinhenses à liberdade, a poderem construir uma sociedade onde a opressão e a exploração, não tenham lugar.
Vanguarda na luta contra a fascização dos sindicatos, a Marinha Grande continuou a sê-lo durante a longa noite da ditadura.
Fiéis ao legado dos operários vidreiros que em 18 de janeiro de 1934, pela sua acção heróica escreveram uma das mais importantes páginas da luta dos trabalhadores portugueses contra o fascismo, sucessivas gerações de marinhenses deram, com a sua luta perseverante, uma inestimável contribuição para que o povo português, derrubada a ditadura em 25 de Abril de 1974, pudesse finalmente viver em liberdade.
A classe operária e o povo da Marinha Grande pagaram um pesado tributo pelo seu espírito indomável, pela sua fidelidade à causa dos revolucionários do 18 de Janeiro, pelo seu apego à liberdade e ao socialismo.
«Marinha Grande é um nome escrito a ouro na história do movimento operário português. Melhor se pode dizer: escrito com lágrimas e sangue.
Porque a luta dos trabalhadores da Marinha Grande ao longo de 50 anos de fascismo foi paga com pesadas perdas, com perseguições, torturas, prisões, com o assassínio e a deportação de muitos dos seus melhores filhos, com séculos passados nas masmorras fascistas por muitos anos, com privações e sacrifícios silenciosos e anónimos das famílias dos militantes, educadas na mesma escola de elevada consciência de classe e incansável combatividade.
As tradições de luta do proletariado da Marinha Grande são inseparáveis da actividade dos comunistas. A classe forjou a sua vanguarda revolucionária – a vanguarda revolucionária (os comunistas) soube estar à altura da classe.
Marinha Grande pode orgulhar-se de muitos combatentes de vanguarda que tem dado ao movimento operário. Pode orgulhar-se dos seus mártires e dos seus heróis. E a vinda para a sua terra natal, hoje, nesta data, dos restos mortais de um militante comunista que deu toda a sua vida à luta pela liberdade da classe operária e do povo português – o camarada José Gregório – é, ao lado de outros nomes gloriosos, um símbolo das qualidades e tradições do proletariado da Marinha Grande e do papel da sua vanguarda revolucionária – o Partido Comunista Português.»
 (Do discurso de Álvaro Cunhal no comício do PCP, a 18 de Janeiro de 1975, na Marinha Grande, nas primeiras comemorações do 18 de Janeiro, em liberdade).

RELATOS DOS ACONTECIMENTOS NA MARINHA GRANDE
do dia 18 de Janeiro de 1934

Os dois relatos que se seguem sobre os acontecimentos ocorridos na Marinha Grande durante a noite e manhã do dia 18 de Janeiro, um feito através duma entrevista dada ao Proletário (órgão clandestino da Comissão Inter-Sindical) intitulada «O levantamento operário da Marinha Grande» e publicada em Abril de 1934, outro através do Relatório, elaborado pelo camarada Pedro Amarante Mendes, acusado pelos fascistas de ser «o chefe dos sediosos», revestem-se  de grande importância para o conhecimento do que se passou e o papel do Partido Comunista Português na organização dessa jornada heróica do proletariado da Marinha Grande contra o fascismo.

Sendo embora testemunhos pessoais e podendo conter algumas lacunas, têm no entanto o mérito dos seus autores terem sido participantes activos na jornada de 18 de Janeiro de 1934.

O LEVANTAMENTO OPERÁRIO DA MARINHA GRANDE

Uma importante entrevista com um dos dirigentes do Partido e do Sindicato Vermelho Vidreiro da Marinha Grande
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(«O PROLETÁRIO» – Ano IV, Série Ilegal, Nº 2,  pág. 3 e 4.  Abril de 1934)
Um dos nossos camaradas pôde avistar-se com um dos dirigentes do levantamento  operário da Marinha Grande e activo elemento do comité local do Partido e do Sindicato Vermelho Vidreiro.
A respeito deste importante levantamento, disse a imprensa burguesa toda uma série de infâmias. Uma entrevista que repusesse as coisas no seu lugar, era oportuna.
Aqui a temos.
O PROLETARIADO DA MARINHA GRANDE NA VANGUARDA DA LUTA
Uma pergunta nos saltava dos lábios.
Porque tomaram, desde logo, um carácter insurreccional, os acontecimentos da Marinha Grande?
Em primeiro lugar porque o proletariado da Marinha Grande, mercê das formidáveis  lutas que vinha conduzindo contra o patronato e Estado ocupava realmente um lugar de vanguarda, em relação ao grosso do proletariado português  sob a direcção do Partido  e do Sindicato Vermelho Vidreiro, ele tinha forçado, os patrões, não só a satisfazer importantes reivindicações económicas, como impôr o reconhecimento dos seus comités de fábrica, comités que o patronato era forçado a consultar em todos os casos relacionados com o pessoal.
Em segundo lugar o agravamento da crise, as violentas medidas de repressão, da ditadura (o sindicato estava encerrado e muitos militantes presos e perseguidos), a desilusão do «reviralho», dos chefes republicanos e anarco-sindicalistas, o exemplo de Cuba , os sucessos políticos e económicos do proletariado da União  Soviética, tudo isto contribuía para dar, á luta contra a fascização dos sindicatos, na Marinha Grande, um carácter mais amplo, mais profundo. Tudo isto indicava que a greve de massas, na Marinha Grande, tomaria o aspecto de levantamento armado.
O nosso Partido e o Sindicato Vermelho, dando carácter organizado a esta explosão da indignação das massas, cumpriram o seu dever revolucionário.
O INÍCIO DO MOVIMENTO
Podes dizer-nos algo sobre as condições em que se desenrolaram os acontecimentos?
Mas evidentemente. Pelas 0 horas do dia 18 fizemos a distribuição das nossas forças de choque. Tudo se fez de uma maneira organizada. Os nossos camaradas distinguiam-se por uma braçadeira vermelha com a foice e o martelo. Um grupo numeroso seguiu a cortar as comunicações. Ao mesmo tempo três outros grupos marchavam a ocupar, simultaneamente, os Paços do Concelho, a Estação Telegráfica e o Quartel da GNR. As armas eram apenas o que se tinha podido arranjar; algumas espingardas caçadeiras, duas pistolas e umas cinco bombas.
Os Paços do Concelho e a Estação Telegráfica foram ocupadas sem resistência...
Porém o chefe da estação conseguiu iludi-los...
Desminto. Esse «parvajola» não nos podia iludir, nem, como dizem os jornais, comunicar com Leiria, pela razão simples de que, quando ocupámos a estação, já as linhas de comunicação com Leiria estavam cortadas. O seu «heróico» papel limitou-se a ensinar, um nosso camarada, a trabalhar com a central telefónica da vila porque assim lho exigimos!
E a guarda?
Aí concentrou a resistência. Porém já todos os pontos estratégicos, da vila, se encontravam nas nossas mãos. Por outro lado já toda a massa operária, da Marinha Grande estava na rua, apoiando os poucos homens armados que possuíamos. O quartel ficou completamente bloqueado e foram dados quinze minutos, à força (GNR), para se render. Recusou. Desencadeou-se o ataque.
Duas horas de tiroteio e veio a rendição. A força foi desarmada e o comandante solicitou-nos que impedíssemos possíveis vinganças. Lembra-se que dezenas das suas vítimas andavam pelas ruas... Concordámos em que o melhor meio de os salvaguardar, contra isso, seria conservá-los prisioneiros, sob a guarda de camaradas de confiança. Por isso os conduzimos para uma fábrica de vidros. Mas repara: apenas os que temiam represálias para ali foram. Dois, por exemplo, não temeram represálias, seguiram para suas casas e ninguém lhes fez mal.
Cessou então toda a resistência?
Sim. Ás cinco horas da manhã toda a Marinha Grande estava nas mãos do proletariado e milhares de trabalhadores percorriam a vila vitoriando o nosso Partido.
O ATAQUE DAS FORÇAS GOVERNAMENTAIS
Quando começou o ataque das forças do governo?
Próximo das seis horas. Na pior ocasião. Os serviços de abastecimento não tinham sido assegurados. A inexperiência levou, a maioria dos camaradas a ir a suas casas, extenuados, comer qualquer coisa depois da rendição da GNR.
Quando, cerca das seis horas, se ouviram os primeiros tiros das forças que avançavam sobre a Marinha Grande, só a muito custo, conseguimos reunir uns dez camaradas que armados com as carabinas apreendidas à GNR marcharam a ocupar a estrada que liga esta vila a Leiria. O nevoeiro era cerrado. Não se via um palmo à frente do nariz.
A pouca distância da Marinha Grande ouvimos passos de muita gente próximo de nós. À pergunta de quem vem lá? Respondeu-nos um arrogante «forças do governo!» e uma descarga. Caiu um camarada ferido. Ripostámos e durante alguns minutos se estabeleceu nutrido tiroteio. Sentimos que a força atacante se afastava. Avançámos.
Tinham abandonado dois feridos, na estrada.
Mas entretanto entrava a artilharia em acção...
!!!???
Sim. Os «heróicos construtores do Estado Novo» bombardeavam a vila para submeter duas escassas dezenas de homens armados!
O cerco apertava-se. Até às nove da manhã resistimos. Já umas duas centenas de camaradas nos ajudavam e encorajavam... mas sem armas de fogo... e as munições esgotavam-se... Era loucura prolongar a resistência. Possuíamos pouco mais de vinte armas de fogo. O Governo opunha-nos a artilharia, cavalaria, infantaria, metralhadoras... e até um avião que já voava sobre a vila, para regular o tiro da artilharia!
!!!
Retirámos portanto, em boa ordem, para o pinhal. Porém só cerca das doze horas os «heróicos» mantenedores da ordem entraram na Marinha Grande. Decidimos dividir-nos em pequenos grupos de quatro a cinco e abandonar a luta procurando iludir o cerco. Ainda isto se fez de um modo organizado. Os camaradas que têm dinheiro dividem-no pelos que o não têm. Há gestos admiráveis de camaradagem. Um camarada que possuía 600 escudos fica apenas com setenta, dividindo o resto pelos camarada! Abraços... Comoção e separámo-nos... Aí tens os detalhes dos acontecimentos.
COMO PROCEDERAM OS OPERÁRIOS QUANDO ESTAVAM VENCEDORES
Mas então os actos terroristas e os actos repugnantes praticados pelos «díscolos» a  que se referem os jornais?
Essa é a nossa coroa de glória. Há sim, actos repugnantes mas praticados pelas forças da «ordem». As prisões, os espancamentos, as torturas, as prisões de mulheres e crianças para denunciarem os maridos e os pais; tudo isto são manifestações da «ordem» burguesa que se seguem á ocupação da vila. Antes, foi a população na rua em regozijo. Alegria nos rostos... e nem uma só vingança!
O que te vou contar dá bem a ideia da mentalidade geral. O Comandante da GNR,  um miserável  que, ainda dias antes, tinha procurado exercer uma pressão ignóbil  sobre um camarada que andava fugido, por intermédio de uma inocente filhinha deste camarada; este cavalheiro, quando caiu  em nosso poder, lembrou-se que também tinha família. Esboçou uma pergunta, a medo, não ficou pouco surpreendido quando nos ouviu responder-lhe: «Sua família foi conduzida a uma pensão onde se encontra em perfeita segurança. Somos revolucionários e não miseráveis. Isso de maltratar as mulheres e crianças para torturar seus maridos e pais, é coisa que só vocês sabem praticar. Se quiser podemos mandar conduzir a sua família para aqui».  
O homenzinho baixou os olhos envergonhado, agradeceu-nos e afirmou ficar completamente descansado, quanto á sua família. Aí tens uma demonstração do «bárbaro» procedimento dos «díscolos». Podia citar-te muitos casos idênticos mas para quê? Quem pode, ainda, acreditar no  «camaleão» e no orgão da moagem [mongem]?
Diz-me ainda; a imprensa burguesa procura fazer acreditar que a maioria da população se manteve hostil ao movimento que «foi obra de algumas dezenas de desordeiros»...
Isso não tem a mais ligeira consistência. A população da Marinha Grande é constituída na sua esmagadora maioria, por operários vidreiros. Como se explica então que, apesar da repressão e ocupação militar da vila, a greve se mantivesse geral durante dois dias e só ao terceiro dia começasse a fraquejar?
ALGUMAS LIÇÕES, QUE NÃO DEVEM ESQUECER
Para finalizar, camarada, diz-nos: Que lições sacas do movimento?
Oh! Muitas! Compreendes porém que seria difícil enumerá-las todas numa simples entrevista... Citarei algumas que reputo importantes, a saber:
Em primeiro lugar o movimento demonstrou que o proletariado, apesar dos erros e vacilações do nosso jovem Partido, se mostra já, nitidamente, como a única força capaz de derrubar a ditadura e abordar as tarefas fundamentais da revolução tipo democrático burguês que ficaram por realizar em 1910.
Em segundo lugar o nosso movimento ensinou-nos que o problema da mobilização das nossas reservas toma uma acuidade cada vez maior. Se, na Marinha Grande, temos cuidado sériamente este problema; se não temos descurado, quase completamente, o trabalho entre os camponeses que constituem as camadas decisivas de toda a região de Leiria o nosso movimento sustentar-se-ia, não durante quatro horas mas durante quatro dias, durante quatro semanas e com todas as probabilidades de se estender...
Em terceiro lugar o nosso (movimento) indicou-nos que, quando o problema de um levantamento armado se coloca, não devemos pensar apenas no armamento dos combatentes; é preciso pensar também na sua barriga. Não se combate com a barriga vazia. Esta questão, aparentemente comezinha, é muito importante e nós, por inexperiência descuramo-la.
A isto se deva uma certa confusão nas nossas fileiras, quando do ataque das forças governamentais, e do que elas, naturalmente, procuraram sacar partido.
E agora, camarada?
Agora? Ao trabalho!
Aproveitar bem as lições recebidas, reagrupar as forças à base dessas lições e a caminho de novos combates... até à luta final!
Um apertado abraço, e o nosso camarada segue à sua missão revolucionária...

RELATÓRIO
Pela uma hora da madrugada do dia 18 de Janeiro de 1934 reuniram-se os membros Comité Local em conjunto com os componentes de todas as células ao todo 9  e cada uma composta de 9 camaradas que tinham sido já previamente preparados. Esta reunião efectuou-se num local próximo desta Vila, num casão. Todos os trabalhadores se faziam acompanhar de ferramentas diversas para ser empregadas consoante as necessidades. Apresentado o plano pelo Comité Local de autoria do camarada Alfaia, Secretário de organização, todos os camaradas o aprovaram e prometeram o seu integral apoio para o seu cumprimento como era necessário e nomeando para seu executor o mesmo camarada, para isso juraram obedecer às suas ordens.
Após esta reunião que terminou às 2 horas começaram a partir as brigadas armadas de espingardas caçadeiras e machados estes últimos para ser utilizados na obstrução das linhas e estradas, as primeiras a partir, dirigiram-se  para os pontos considerados estratégicos das estradas de acesso às terras circunvizinhas, as últimas para locais estratégicos da Vila aguardando o sinal da luta! Eram 3 horas da madrugada, soou o primeiro tiro! Sinal da luta... 4 brigadas atacam simultaneamente  o posto da Guarda Nacional Republicana e a estação dos correios e telégrafos, esta foi tomada sem resistência, o que não aconteceu com o posto da guarda este encontrava--se de prevenção com todas as praças e o seu comandante os quais não consentiram o assalto fomos obrigados a recuar perante uma dura resistência mas apesar de frustrado o assalto à primeira tentativa, nem um só camarada desfaleceu, melhor coordenadas as nossas forças cercámos o posto.
Antes de fazer novo ataque o chefe do movimento enviou um ultimato para a sua rendição no prazo de 15 minutos tendo o seu comandante respondido negativamente. Apesar da nossa inferioridade de material pois só dispunhamos de armas caçadeiras carregadas com tiros zagalotes e algumas bombas de choque todos deliberaram lançarem-se na luta até caírem inanimados! Ou desistirem os defensores dos Salazaristas!
Todos como um só sob uma voz camarada se lançaram de novo ao ataque na ânsia de quebrar as algemas salazaristas.
Decorrido um hora sem que houvesse baixas a registar, uma brigada em último recurso escala o telhado duma fábrica fronteiriça ao posto dos canalhas; utilizando para este serviço algum material dos bombeiros, dum terraço desta foi alvejado com êxito o posto, gritando logo alguns guardas por socorro que acabavam de ser feridos. Foi então que o comandante nesta altura pediu para ir ao telefone o chefe do movimento.
O nosso camarada Alfaia vai ao telefone e mais uma vez lhe impõe a imediata rendição, este declara estar na disposição de se render mas um dos cabos não queria em virtude de recear represálias da parte dos revolucionários. Este canalha agora lembra-se das patifarias pois era um dos que mais se evidenciava na repressão das greves. O comandante pedia como condição para a rendição apenas que fossem poupados ele e todos os seus subordinados o que se lhe afigura quase impossível julgando os revolucionários indisciplinados!... Ou tratar-se de revolucionários do seu quilate!
O chefe do movimento tomou a inteira responsabilidade das suas vidas e para lhes provar que se tratava de revolucionários com ânsia de liberdade e de paz gritou mandando suspender o fogo essa voz foi por todos acatada, como talvez não fosse um comandante dum regimento. Perante esta demonstração de ordem os guardas acompanhados do seu comandante abandonaram o posto deixando todo o material. Este foi imediatamente ocupado por os operários na melhor ordem tendo sido as armas distribuídas por camaradas aptos. Os guardas a seu próprio pedido ficaram detidos pois que receavam coacções do povo.
Eram 6 horas da manhã todos os postos de comando se encontravam em poder do comité revolucionário; esta vitória deve-se em parte a grande disciplina  que todos deram provas, obedecendo inteiramente às ordens dum chefe que lutou ao lado de todos e sempre na vanguarda. Agora as massas em número mais numeroso vitoriam a ditadura do proletariado e pedem ao mesmo tempo que se faça justiça aos verdugos. A pedido destas o camarada Alfaia chefe do movimento improvisa um pequeno auditório e em seguida pede para o acompanharem ao sindicato dos trabalhadores vidreiros para assistirem à sua abertura o qual se encontrava fechado há 5 meses. Fazendo de novo uso da palavra exortou à união de todos os trabalhadores demonstrando que sempre que se unem saem triunfantes a recente vitória era uma prova bem visível  e concludente, no final foi delirantemente aplaudido.
Às 8 horas da manhã devido à falta de alimentação as massas começam as desfalecer e alguns vão às suas casas confortar o estômago. Em face disto o comité cria imediatamente um comissariado de alimentação concedendo a este a liberdade de mobilizar tudo que fosse necessário. Porém este não chegou a prestar serviços em virtude de sermos neste momento vítimas de novo ataque agora era uma força de polícia e de guarda republicana já de Leiria, para reprimir o movimento estes traziam ordens para não fazer prisões nem feridos!
Aproximação destes deve-se ao abandono dum dos postos mais estratégicos na estrada que liga com Leiria esta brigada abandonou o seu lugar sem consultar o comité facilitando involuntariamente a passagem às forças as quais nos surpreenderam já dentro da Vila e por pouco não fomos todos fuzilados. Graças à intensa força de vontade e apesar de o número neste momento ser reduzido ainda nos foi possível afastar o inimigo para 1.500 metros deixando estes 5 feridos no solo. Do nosso lado também registamos 2 feridos que foram imediatamente pensados no posto de socorros que já tinha sido organizado por um médico e um farmacêutico «simpatizantes».
A falta de alimentação acentua-se mas devido ao reduzido número de revolucionários e ao intenso ataque do inimigo não nos é possível sem remediar esta falta. O inimigo volta ao ataque agora mais impetuoso dispondo já de artilharia pesada, mas as nossas carabinas soam a 1.500 metros por isso ainda não lhes é possível romper.
Fogo nutrido de metralha e à vista a cavalaria e infantaria, perante esta força bruta; e a nossa fadiga duma noite completa de luta recuamos em direcção das matas, onde ainda pretendemos defender os pontos com tantos sacrifícios conquistados mas tudo debalde, ao meio da tarde chegam os jornais de Lisboa anunciando o fracasso do movimento nos outros pontos do país então resolvemos refugiar-nos no interior das matas, aqui permanecemos 2 dias mas neste momento último dia dos jornais anunciam uma batida às matas para prender a maioria dos revolucionários que ainda pretendiam resistir e o governo já tinha ordenado que seguissem mais tropas para esse fim estávamos irremediavelmente batidos, deliberamos dividir-nos em pequenos grupos e procurar escapas às garras da canalha.
Mas em breve começaram as prisões em massa e levados todos os presos para Leiria pois aqui a canalha podia exercer à vontade as patifarias.
Os nossos camaradas são barbaramente espancados pelos canalhas da informação e do sr. chefe da polícia, não escapando às suas garras menores ou tuberculosos e assim estes vampiros liquidaram o nosso camarada Manuel Esteves de Carvalho o qual já se encontrava tuberculizado desde há 2 anos devido aos maus tratos que lhe infligiram após o 7 de Fevereiro.
 Lisboa, 20 de Maio de 1936
 
O Secretário de organização
Pedro Amarante Mendes


A comunicação social e o 18 de Janeiro
 
A comunicação social burguesa, quase toda ela ligada aos grupos económicos e financeiros, como acontece hoje, funcionava como importante instrumento de difusão e suporte ideológico da política e da ideologia fascistas.
No 18 de Janeiro, esta comunicação social, difundindo notícias caluniosas e aterrorizantes sobre os objectivos da greve geral, apelidada de acção criminosa; exaltou «a pronta e eficaz acção das forças policiais e militares no esmagamento da rebelião subversiva e na defesa da ordem», procurou fazer crer que a população tinha rejeitado aquilo que designaram por «acção sediosa».
Numa clara opção de classe, a comunicação social de referência à época funcionou como instrumento para justificar e fundamentar a escalada repressiva fascista e a ofensiva anti-operária e anticomunista na Marinha Grande e por todo o país, práticas que se mantiveram até ao 25 de Abril de 1974.
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30.04.14

Percurso político e académico compensam falta de experiência empresarial de Frasquilho, conclui CRESAP Comissão de Recrutamento e Selecção para Administração Pública aprova escolha do social-democrata para liderar a Agência para o Investimento


antonio garrochinho

Percurso político e académico compensam falta de experiência empresarial de Frasquilho, conclui CRESAP

Comissão de Recrutamento e Selecção para Administração Pública aprova escolha do social-democrata para liderar a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Frasquilho é deputado e quadro do BES MIGUEL MANSO

Por unanimidade, mas com um reparo, a Comissão de Recrutamento e Selecção para Administração Pública (CRESAP) aprovou no dia 22 a escolha do deputado social-democrata Miguel Frasquilho para a presidência do conselho de administração da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
O relatório sobre a avaliação do currículo e a adequação das competências de Miguel Frasquilho refere que, “apesar de não ter experiência na gestão de topo e pouco extensa em contexto empresarial”, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD e director-coordenador do Departamento Espírito Santo Research merece “o parecer [vinculativo] de ‘Adequado’” para o cargo em causa, para o qual foi proposto pelo Governo. Isto, nota a CRESAP, porque Frasquilho tem exercido “funções de carácter estratégico/político” que, conjugadas com “a boa formação académica” e “capacidade de análise de informação” que possui, lhe permitiram um “conhecimento privilegiado da situação económica e financeira do país”.
A CRESAP recorda que Miguel Frasquilho “participou recentemente na Comissão de Reforma do IRC e é vice-presidente da comissão parlamentar [eventual] de Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal”.
Contactado pelo PÚBLICO ao princípio da noite, Frasquilho declarou estar "embrenhado na questão do contrato de investimento da Autoeuropa" e que, em qualquer caso, não iria comentar a deliberação da CRESAP.
Nascido há 48 anos, o deputado Miguel Frasquilho integra também a Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública e foi secretário de Estado do Tesouro e Finanças no Governo de Durão Barroso. Mestre em Teoria Económica, foi também professor da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa e é autor de vários livros na área da economia.
A CRESAP deu ainda parecer favorável, sem lhes apontar qualquer handicap, aos quatro vogais também propostos pelo Governo para a administração da AICEP: Luís Castro Henriques, Pedro Ortigão Correia, José Vital Morgado e Pedro Pessoa e Costa.

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